A Semana Santa

23 de março de 2024

Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo de Teófilo Otoni (MG)

Todos os anos, no calendário litúrgico, a Igreja assinala uma semana como sendo santa. Muitas pessoas vivem essa semana com expectativa de um feriado prolongado e não se preocupam com o seu significado. O tempo cronológico  pode ser santificado pela vivência das boas obras, pela prática da oração e pela unificação ao mistério de Cristo. É isso que a Igreja deseja intensificar nestes dias santos. O que se celebra a cada domingo, é celebrado nesta semana de uma forma mais didática e aprofundada.  

Concluindo o período da Quaresma a Igreja entra a partir do domingo de Ramos, na Semana Santa. Algumas perguntas podem surgir: Por que ela é santa? O quê ela tem   de mais santa do que as outras semanas? Ela é santa porque nela celebra-se o grande mistério da Redenção realizado pelo filho de Deus, sua paixão morte e ressurreição. Nela Deve nascer o compromisso do cristão de santificar-se a partir do mistério celebrado e comprometer-se com a transformação da sociedade. Ela terá uma cor mais nítida de santidade se formos mais santos e comprometidos com bem especialmente no fortalecimento da amizade social. 

No domingo de Ramos abre-se a celebração desta Santa Semana, com a memória da acolhida de Jesus em Jerusalém.  Com Ramos nas mãos as pessoas caminham em procissão, até a Igreja, onde celebra-se a paixão e morte de Jesus. Os Ramos devem lembrar a adesão a Cristo. Na segunda, terça e quarta-feira santa alguns atos de devoção e de busca da renovação da vida podem ser celebrados. Em algumas paróquias celebra-se o sacramento da unção para os idosos e enfermos. É tradição entre nós celebrar a procissão do encontro de Jesus com a sua mãe, conforme rezamos na quarta estação da via sacra. Muitas pessoas procuram ainda nesse tempo realizar a sua confissão, tendo uma preparação mais intensa para a celebração do mistério pascal. 

A Missa do Crisma é celebrada também durante esta semana. Trata-se da Missa Pontifical em que o bispo reúne com todo o seu presbitério, consagrados e consagradas, seminaristas, com representantes das paróquias e grande participação de fiéis para celebrar a   unidade da diocese. Nela recorda-se a instituição do Ministério sacerdotal, onde os padres renovam as promessas realizadas no dia da ordenação presbiteral. Essa missa em muitas dioceses é celebrada na Quinta-feira Santa, pela manhã, mas pode ser também ser celebrada em outro dia desta mesma semana. Um momento muito forte desta celebração é a bênção dos óleos dos catecúmenos e enfermos e a consagração do óleo do Crisma. No final da Santa missa estes santos óleos são distribuídos e os padres os levam para as suas paróquias e comunidades onde vão ser celebrados os sacramentos do batismo, da unção e da crisma. 

Na Quinta-feira Santa com a Missa da Ceia do Senhor inicia-se o Tríduo Pascal. É um momento muito forte e alto da Igreja. Neste dia, celebra-se a instituição da Eucaristia e realiza-se a cerimônia do Lava Pés lembrando o serviço de Cristo para a humanidade e o seu desejo que todos se coloquem a serviço uns dos outros.  A Eucaristia é o sacramento que Cristo deixou para humanidade, antes da sua morte. Ela é a celebração da paixão, morte e ressurreição de Jesus. A celebração da Quinta-feira Santa prolonga-se durante a Sexta-Feira da Paixão e Sábado Santo. Na Vigília, do Sábado conclui-se o tríduo Pascal e a alegria toma conta de toda assembleia, pois o Senhor ressuscitou e está vivo, no meio do povo. A vitória aconteceu. 

Já em ritmo Pascal celebra-se o Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor. Este é dia de muita alegria, pois ressoa solenemente na assembleia do povo de Deus, o anúncio que Cristo ressuscitou, a morte não tem mais poder sobre Ele e todos são chamados a se alegrarem com ressurreição do Senhor. É tempo de desejar Feliz Páscoa.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/a-semana-santa-2/

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